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Travo (Träv, em dialeto piacentino) é um município de dois mil habitantes espalhados pelos diversos vilarejos que o compõem, situado na província de Piacenza às margens do rio Trebbia. O nome Travo vem do latim “trabs”, que significa “trave”, em referência ao fato que antigamente para atravessar o rio era usada uma trave. O vilarejo de Travo se encontra a 171 metros de altitude e a 27 quilômetros da cidade de Piacenza, capital da província.
Escavações arqueológicas iniciadas em 1995 demonstram que a localidade é habitada desde a Era Paleolítica. As relíquias arqueológicas estão expostas no Museu Cívico Arqueológico, situado no antigo castelo Anguissola, no centro do vilarejo. Também foram localizadas inscrições dedicadas à deusa Minerva e os restos de um templo.
O centro histórico conserva construções e monumentos da época medieval, além do castelo Anguissola. Os diversos restauros permitiram que a construção resistisse até os nossos dias, que possui uma majestosa torre quadrada de um lado, e uma torre cilíndrica, no lado sobre o rio. Todos os anos, no mês de Julho, a prefeitura e o grupo voluntário “La Minerva” promovem uma campanha de escavações no território do município, com a participação de estudantes e apaixonados de toda a Europa. A população aumenta muito durante o período de verão e as festas e eventos mantém o vilarejo fervilhante, contrastando com a quietude no Inverno.
Como qualquer localidade da região, Travo foi alvo da luta pelo poder por uma infinidade de poderosos. E foi em Travo que o centurião romano Antonino foi decapitado, às margens do rio Trebbia, por negar-se a infligir suplícios aos cristãos, perseguidos por Diocleciano, sendo ele mesmo – como de resto toda a Legião Tebéa – um convertido ao cristianismo. No centro da praça de Travo há uma estátua de Antonino em trajes de centurião, com uma cruz na mão direita (que não foi fotografada). Dez anos após o martírio de Sant'Antonino, Constantino declarou o cristianismo como sendo a religião do Império. Antonino foi canonizado e tornou-se o santo patrono de Piacenza. Chamar Travo de lugar bucólico espelha bem a realidade presente, mas não faria jus à sua história. Contudo, é o local ideal para umas férias breves de repouso.


