Terra de rei Sebastião
"Chegamos em casa", disse a esposa do pescador que comandava a embarcação. Ao ouví-la, instintivamente, olhei para onde ela apontava, e, aos poucos, a esplêndida paisagem foi se revelando diante de mim. Era como olhar para... como posso dizer?! Algo como... Monalisa! Exatamente isso, a Monalisa do mundo natural, tela assinada pela natureza, capaz de ser tão hipnotista e enigmática quanto a obra-prima de Leonardo da Vinci.
A luz do sol que perfurava as nuvens, iluminando a maior de todas as dunas da ilha, dava um tom sobrenatural ao ambiente. A cena, que parecia ter saído de livros de fábulas, me fazia imaginar qual tesouro estaria protegido atrás daquela muralha de cor branca. O sorriso surgiu como num truque de mágica, especialmente ao lembrar que, além dos nativos, pouquíssimas pessoas já estiveram em Lençóis. Sequências de encantarias que fazem compensar todos os reveses de um caminho longo e cansativo!
Com a maré baixa, desembarquei ao lado da Grande Duna (por lá chamada de Morraria), que de perto era ainda mais fascinante e bela. Caminhando até a praia, senti uma energia que jamais havia sentido e, naquele cenário tão místico, de paz quase palpável, pude me sentir como se minha alma se entregasse ao cosmo. Uma energia fantástica, que não sei traduzir em palavras, pairava no ar.