Gabriela Ribeiro
O céu
Guia-me, acaso, guia-me, fortuna!
Por entre as árvores, por sobre o asfalto
que a ventura me ponha em sobressalto
assim que encontrares sorte oportuna!
Dize o trilho que serei tua alma!
Não há de no monte sobrar ressalto,
Não há de no mapa sobrar planalto:
Do alto não há nível que se reúna!
Hei de rogar agora, sobre a nuvem,
Que os desejos, os sonhos, se enviuvem,
Que o plano opressor jaza em mausoléu!
Libertada da brasa arrasadora
Dou-me à ventania restauradora
Nesse caminho que me leva ao céu!
Soneto: Vinícius Hespanhol