Vintage do bom
Quando digo “olha mãe, comprei por três euros numa loja de segunda mão!”, minha mãe me olha como quase toda mãe espanhola olharia: com cara de espanto. É que aqui ninguém gosta de segunda mão, quer dizer, vintage. Acho que é um tema cultural: enquanto os flea markets ou mercados de bairro onde os vizinhos vendem o que sobra em casa são um sucesso nas capitais européias, aqui nossas famílias entendem como roupa velha e suja.
É verdade que aos poucos a visão muda. E dar um passeio pela rua Valverde é comprovar isso: em apenas vinte metros foram abertas quatro lojas de segunda mão. Depois de um árduo estudo comparativo baseado na máxima de que o vintage só tem sentido quando a relação qualidade-originalidade-preço supera a da H&M, minha favorita sem dúvida é a Magpie. Preços decentes para produtos deliciosamente escolhidos e cuidados, de boas marcas e designs preciosos. É grande, está bem decorada e tem roupa de homem, mulher, sapatos, acessórios...