Cemitério judáico em Praga
ABRAHAM MENDLOWITZ
O que é a morte, eu me pergunto? Eu a entendo como a consequência de uma engrenagem universal que decide quando uma flor tem que amadurecer, quando uma folha tem que secar e cair, quando uma borboleta está pronta para voar pela primeira vez, quando as nossas células têm que morrer para regenerar-se outras ou quando elas vão morrer definitivamante. Mas também quando temos que coincidir em lugar e tempo com esse vaso que cai de uma varanda ou com essa bala perdida de uma briga de rua.
Nada disso importa. O que realmente importa é responder a pergunta: Como é que queremos viver no futuro, como organismo? Sem resolver isso não podemos planejar o nosso presente. E se resolvemos, talvez nós não possamos parar o vaso que cai da varanda, mas sim a bala perdida da briga de rua.