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Fazenda Potreiro

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    1 opinião sobre Fazenda Potreiro

    A casa de Maria

    Estrada batida de terra que um dia ajudei a abrir. Tempos em que eucaliptos cercavam, protegiam e dividiam os pedaços de um grande sonho, no qual irmãos e irmãs tinham o seu canto verde, pés de frutas da época e terreiro com aves barulhentas, mas que em fins de tarde eram as companheiras para assistir o pôr do sol se esconder na serra.

    Das árvores também caiam as varas de marmelo ou espadas poderosas que, mais tarde, os netos usariam para travar batalhas por entre os mata-burros. Chuva de balas na grama fresca e aparada. A casa que outrora era de pau-a-pique, hoje se sustentava em blocos de cimento alinhados por mim, meus filhos, amigos e genros.


    Ainda me lembro da construção. Em um dos dias, para limpar a área em volta da casa, cortaram algumas árvores grandes, uma delas foi abaixo em cima de mim. Sim, foi difícil, mas a casa ganhou mais paredes, telhado e forno a lenha para o preparo do café pelo “veinho” (todas as manhãs), quitandas e o frango caipira de domingo. Festas e reencontros eram todos lá. Minha casa era a casa de todos.
    Todo lugar é um lugar. Mas, o potreiro, não é um lugar qualquer.

    Ali construímos uma família gigante, e não necessariamente com laços sanguíneos. Enfrentamos tempestades que destelharam nossos corações, mas que foram recolocadas a cada passo em direção do horizonte. Até que um dia, um dos dois pilares de sustentação se desprendeu desse mundo e se tornou uma estrela no céu.

    Ele, o meu “veinho”, era não só a minha base, mas o estandarte que apontava na beira da estrada para receber cada um que viesse para trocar meia dúzia de palavras ou “pitar” um cigarro ao som de Nelson Gonçalves ou As Marcianas.

    Sim, ele se foi do potreiro e, aos poucos, levou as cores, os sons, a luz.

    Hoje, as visitas são raras e doloridas. A porteira não permanece mais em pé sem a ajuda de correntes. A mangueira não floresce e não há mais grama fresca. A casa ainda permanece, cheia de lembranças e objetos de um tempo que não volta. De brincadeiras de crianças e de tantos carnavais.

    Cada objeto reflete, em pedaços, a história de uma família alegre e cheia de união.

    Há pedaços que não posso mais reconstruir, mas há tantos outros que podem representar um recomeço. A esperança está nos pássaros que ainda cantam por entre as árvores, nas sementes que ainda brotam. Nas paredes que permaneceram depois de tantas tormentas. Em fotos que nos relembram o quão a nossa família é melhor unida.

    Na fé que me sustenta a cada dia.

    O caminho pode ser longo agora, como quando criança tudo parece maior do que realmente é, mas está ali, permanece ali, pois todos nós, mesmo que hesitemos, voltamos a abrir a porteira e enxergar, mesmo que por um segundo, o sorriso largo e doce do “Ti Nérso” a nos esperar de braços abertos.
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